Kobe disse-o no início da época. Os Lakers tinham "muita sorte por ter dois tipos que conseguem quebrar o momentum, eu e o Pau. (...) Podemos ir para ele, sempre que precisamos de um cesto vamos para ele, ele está sempre lá." E Kobe disse mais. Na entrevista a Adrian Wojnarowski, afirmou que quando um colega está a jogar melhor, "deixa-o ir, deixa-o aproveitar isso. Nos meus tempos de jovem nunca pensaria nisso." Era oficial e assumido pelo próprio: os Lakers já não eram apenas a equipa de Kobe. Eram a equipa de Kobe e Pau. E dos outros jogadores. Uma equipa.
Um Kobe disposto a partilhar a bola e os louros com todos os companheiros eram más notícias para os adversários. E o início de temporada dos Lakers demonstrou isso mesmo. Um Kobe a forçar menos lançamentos, a deferir mais para os seus colegas e um Pau Gasol mais envolvido no ataque, a receber mais bolas a poste baixo e a ser mais vezes o iniciador e ponto central do ataque. Nos primeiros oito jogos (8 vitórias da equipa de Los Angeles), Pau teve mais lançamentos tentados que Kobe em sete deles. Gasol foi o MVP dos Lakers nesse início invicto e os Lakers, a continuar assim, pareciam imbatíveis e a caminho do threepeat.
Daí para cá, nos últimos dez jogos, Kobe tentou mais lançamentos que Gasol em todos eles. E os Lakers tiveram um saldo de 5-5 nessa dezena de partidas.
Neste artigo para o Planeta Basket já falei sobre as vantagens para os Lakers em jogar mais com Gasol. O espanhol é, segundo o próprio Phil Jackson, um jogador perfeito para jogar na posição interior do triângulo ofensivo e, sem ele, o ataque dos californianos fica mais previsível e unidimensional.
Kobe a forçar lançamentos e a atirar triplos com defesas em cima não é a melhor receita para o sucesso da equipa de Los Angeles. Voltem a pôr a bola no Pau. Com mais Pau, mais vitórias.